"Mastigar e engolir alimentos para se nutrir." Esta definição geralmente aceita no dicionário refere-se ao aspecto puramente fisiológico da alimentação. Inevitavelmente reducionista, ela nada diz sobre até que ponto esse ato cotidiano, moldado por imaginários culturais, tabus e representações sociais, está no cerne de diversas preocupações cruciais.
A globalização e a expansão da indústria alimentícia desde a segunda metade do século XX revolucionaram nossos hábitos alimentares. Em muitas sociedades, esses hábitos migraram do consumo local e sazonal para o uso generalizado de produtos processados e importados. Essa mudança teve consequências ambientais, cujos efeitos são sentidos hoje com mais intensidade do que nunca. Também impacta a saúde dos consumidores, em um contexto de crise climática, fome e escassez de alimentos.
Cada prato, cada receita, cada ingrediente carrega consigo as marcas de um passado coletivo, testemunhando influências culturais legadas pela história. A batata, o tomate, o milho e o cacau cruzaram o Atlântico para se estabelecer na Europa, onde revolucionaram a culinária. Por outro lado, os europeus também introduziram novos produtos, como o trigo, a cana-de-açúcar e as frutas cítricas, que transformaram os hábitos de outros continentes.[...]
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